SOMOS TESTEMUNHAS DA RESSURREIÇÃO?

Os atentados no Sri Lanka fazem-me pensar no quão acomodados nós estamos na vivência da nossa fé. Há irmãos nossos que, por esse mundo fora, de forma mais ou menos consciente, vivem o martírio do testemunho da fé. Segundo dados da “Missão Portas Abertas” francesa, em 2018 morreram mais de 4400 cristãos, grande parte na Nigéria, e em todos o mundo contabilizam-se cerca de 245 milhões de cristãos perseguidos, violentados ou oprimidos.

Olhamos à nossa volta, saímos mais depressa à rua para ver uma procissão como quem assiste a um desfile ou a uma marcha, do que para entrar numa Igreja, seguir o mandato do senhor e reconhecê-lo ao partir do pão, fazendo isso em Sua memória. Dirão alguns que a vida de um cristão não de vê na Igreja, mas na vida do dia-a-dia. Queiras Deus que isso seja mesmo verdade e que o “fazei-o vós também” do lava-pés se torne vivo na caridade com que assumimos a nossa vida.

Sinto que vivemos uma espécie de cristianismo cobarde e por vezes mesquinho. Custa-nos levar a nossa fé para a vida familiar, para as opções de vida, desde as mais íntimas e pessoais, até às mais profissionais, éticas e políticas.

As primeiras testemunhas do Ressuscitado tinham algumas características: reuniam-se para a fração do pão, para a oração, assumiam uma atitude renovada e convertida da vida, sentiam-se em mandato de missão fazendo da alegria a pele do anúncio e a certeza da ressurreição e da presença viva de Cristo o conteúdo mais fundamental. Também queremos ser testemunhas da ressurreição!?

Pe João Alves