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Congresso eucarístico diocesano – conclusões

Congresso eucarístico diocesano

“Dai-lhes vós mesmos de comer!”

Foi este o lema, proposto desde o início do nosso ano de pastoral, que serviu de “pano de fundo” ao nosso Congresso Diocesano.

A origem do lema está no mandato de Jesus aos Apóstolos perante uma multidão esfomeada, que eram como ovelhas sem pastor. “Dai-lhes vós mesmos de comer!” foi a proposta e o mandato. Mas antes de nos ter mandado a nós na pessoa de cada um dos apóstolos, foi Ele mesmo que se deu, se fez alimento e presença real nas espécies do pão e do vinho.

Foi por isso que o nosso Congresso, neste dia de sábado, teve início na Igreja com a exposição do Santíssimo e ali voltámos no encerramento para receber a Sua bênção.

No salão, paredes meias com a Igreja do Seminário onde Ele estava exposto, ouvimos o Bispo de Setúbal D. José Ornelas a falar sobre: “Da Eucaristia à Caridade.”

Pegando no relato da multiplicação dos pães – que antes tinha sido proclamado- o sr. Bispo foi-nos dizendo que o essencial da vida do cristão é estar com Jesus e partir em missão:

– Estar com Jesus que nos convida para um lugar isolado, de oração e aprendizagem, mas que sente como Sua, a fome da multidão (com-paixão).

– Estar com Jesus que inicia uma revolução evangélica, que não se contenta com a lógica deste mundo, a mentalidade do predador – enfatizou o sr. Bispo – mas que se transforma em cuidador, atento ao mundo e ao grito da multidão.

Para isso, continuou – é necessário não fazer distinção entre religião e vida, culto e solidariedade, irmãos e irmãs; é necessário partilhar não apenas o pão ou o cheque ou buscar uma solução financeira ou algum programa de assistência ou técnina. Será preciso uma solução nova, uma solução humana onde floresça o pão da alegria, da esperança, do carinho.

Só assim imitaremos o Mestre, seguindo o Seu jeito: levantar a cabeça, dar graças porque tudo é dom e empenharmo-nos, pessoal e totalmente, ao serviço de quem precisa. Receber o dom de Deus que não é só meu, mas é para todos…

Mesmo a concluir esta bela conferência, disse o sr. Bispo: “Se a Eucaristia nos fizer esquecer o grito da multidão, é alienação”.

E concluiu: “Agora vai, e faz o mesmo…”, servindo-se da frase de Jesus ao fariseu, com   o exemplo do samaritano.

 

A segunda Conferência tinha como tema “Os relatos Bíblicos da criação” e foi apresentada pelo P. António Henriques, biblista da diocese de Viseu.

Com um auditório cheio e entusiasmado com a conferência anterior, o biblista começou por afirmar que “os Apóstolos viveram a última Ceia sem saberem que era a ultima”.

E foi a partir destes relatos, continuou o conferencista, que as Comunidades começaram a celebrar a Eucaristia. É sempre um convite, dizia ele, a que Jesus venha comer connosco.

Partiu dali para apresentar os 4 relatos bíblicos da Eucaristia:  três dos sinópticos e um de Paulo na Carta aos Coríntios. Este o relato mais antigo que temos sobre a instituição da Eucaristia. De todos os relatos, o padre   sublinhou quatro palavras:

“Tomou o pão…”; “pronunciou a bênção…”; “partiu o pão…”  e “entregou-lho…”.

A mesma síntese, disse ele, se encontra em Jesus Cristo se nós substituirmos a palavra “pão” pela palavra “corpo”. E a mesma síntese também se encontra no relato da vida das primeiras comunidades cristãs de que se fazem eco os Actos dos Apóstolos.

Em princípio celebrada em casa de cada, foi-se multiplicando e hoje, já não são apenas os doze ou na casa de cada um, em comunidade. Mas sempre o mesmo relato e a mesma sequência: continuamos a comer com o ressuscitado e Ele a comer connosco.

Por isso concluiu com esta expressão bonita: “A Eucaristia é um “já” e um “ainda não”, é fonte e cume, princípio e fim.

 

E veio o almoço partilhado e vivido ao ritmo da Eucaristia, dando graças pelo dom da amizade, do convívio e do pôr em comum aquilo que pertencia a cada um e a cada uma.

A parte da tarde trouxe-nos seis encontros menores divididos pelas salas do Seminário em grupos de cinquenta:  O Domingo e a Eucaristia; recuperar o domingo, o silencia na Eucaristia; a celebração da Santa Ceia – aspectos ecuménicos; o valor da homilia e a família e o domingo.

No fim regressados à Igreja, local de onde tínhamos partido no início deste dia, recebemos a bênção do Santíssimo e remámos às nossas casas com força para voltar, em clima de festa, no dia seguinte, o Domingo, Dia Da Igreja Diocesana.

 

P. Manuel J. Rocha


 

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