D. Manuel de Almeida Trindade é irmão a título póstumo na Irmandade de Santa Joana
D. Manuel de Almeida Trindade é irmão a título póstumo na Irmandade de Santa Joana
Na cerimónia vão ser também investidos como irmãos honorários D. Afonso de Santa Maria e D.ª Maria Francisca de Bragança
A Irmandade de Santa Joana Princesa vai investir, no dia 22 de setembro, domingo, pelas 15h00, na Igreja de Jesus, D. Afonso de Santa Maria e D.ª Maria Francisca de Bragança e, a título póstumo, D. Manuel de Almeida Trindade e Dr. Querubim do Valle Guimarães como Irmãos honorários de Santa Joana. Estarão presentes na ocasião os Duques de Bragança. Na sessão, presidida pelo bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, e com a presença do presidente da Câmara Municipal, Ribau Esteves, a Irmandade acolherá como Irmãos de honra os dois filhos mais velhos de D. Duarte e D.ª Isabel de Bragança, eles também já Irmãos de honra, desde 2001. D. Manuel de Almeida Trindade, bispo de Aveiro entre 1962 e 1988 e que muito contribuiu para a dinamização do culto a Santa Joana, nomeadamente através da concessão obtida junto do papa Paulo VI em declarar a Infanta como Padroeira da Cidade e da Diocese de Aveiro e a instituição, em 1987, da Comissão Administrativa da Irmandade, que lhe imprimiu inegável dinamismo, que há anos desconhecia, bem como Dr. Querubim do Valle Guimarães, deputado no Congresso Republicano (pela minoria monárquica) e na Assembleia Nacional, Lugar-tenente de D. Manuel II, Presidente da Comissão Pro- -restauração da Diocese e, entre outras funções, Provedor da Irmandade de Santa Joana Princesa, durante 35 anos (1935-1970), serão investidos a título póstumo. Sessão de evocação e de responsabilidade A Irmandade informa que fará descerrar na sessão, na sacristia da Igreja de Jesus, uma placa alusiva aos seus juízes perpétuos e aos novos Irmãos de honra, e alerta que “não pretende imprimir qualquer cunho regimental ou político à ocasião nem à instituição, mas apenas fazer memória da sua matriz e trazer presente, junto dos representantes da Casa de Bragança, o desejo de continuidade da ligação desta família ao culto à Padroeira de Aveiro”. A sessão terá a colaboração do Coral Vera-Cruz e terminará com a deposição de uma coroa de flores junto do Túmulo de Santa Joana e oração pro-canonização.
O Mosteiro de Jesus e as visitas reais.
A Irmandade de Santa Joana Princesa e os reis de Portugal
É secular a ligação do antigo Mosteiro de Jesus e os reis de Portugal: foi o próprio monarca, D. Afonso V, quem lançou a primeira pedra do cenóbio e aí veria entrar em recolhimento a sua filha D.ª Joana. Porém, seria a Casa de Bragança que, de forma determinante, faria brilhar o culto à protetora de Aveiro, particularmente nos processos de beatificação e canonização, bem como na construção do Túmulo de Santa Joana e enriquecimento de vários locais do Mosteiro. Aquando da instituição da Irmandade, em 1877, logo ela apelou a el-rei D. Luiz que lhe concedesse o título de real e se dignasse ser seu Juiz perpétuo, o que sucedeu. O próprio monarca e D.ª Maria Pia visitariam o Mosteiro e a Igreja de Jesus, em 1887. Mas já D.ª Maria II e o futuro rei D. Pedro V se haviam recolhido em oração naquele templo e junto do túmulo de Santa Joana, em 1852. Seria, por fim, D. Manuel II, em 1908, quem encerraria as visitas régias a Aveiro e ao antigo cenóbio dominicano onde a sua antepassada se recolhera. Na verdade, é de sangue a ligação da Casa de Avis (da qual é oriunda a dinastia a que pertence a Padroeira de Aveiro) e a Casa de Bragança, uma vez que um filho ilegítimo de D. João I (bisavô de Santa Joana) seria o primeiro Duque de Bragança.
Correio do Vouga | Quarta-feira, 18 de setembro