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Festa das Famílias – Santuário Nª Sª Vagos

  1. O caminho de Jesus

    Caminhando para Jerusalém, Jesus propõe as exigências que o autêntico discipulado deve ter. O seguimento de Jesus não oferece vantagens de tipo material, mas a absoluta renúncia. É uma decisão que temos de adotar pessoalmente, com respeito absoluto pelas decisões dos outros: não se pode pedir fogo do céu para acabar com aqueles que não nos recebem.

    Toda a viagem é um seguimento de Jesus e está em relação direta com a Paixão: “Como estavam a chegar os dias de ser levado deste mundo, Jesus dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém e enviou mensageiros à Sua frente”. Os mensageiros vão à frente para “Lhe prepararem alojamento”.

    Para ilustrar as exigências missionárias apresentam-se três casos de vocação:

    a) A primeira condição, a imitação de Jesus, é o desprendimento total; como as raposas e como os pássaros: sem casa e sem laços que nos atem.

    b) O chamamento exige uma resposta urgente, sem se prender com deveres familiares.

    c) A decisão tem de ser irrevogável, sem olhar para trás.

    Para valorizarmos estas exigências temos de ter presente que Jesus acaba de tomar uma decisão irreversível que O levará à Paixão. O discípulo segue o mesmo caminho do mestre. Estas exigências, inaceitáveis numa mentalidade legalista, adquirem todo o sentido para quem optou pelo seguimento de Jesus. A nossa docilidade ou resistência a aceitar essas exigências pode servir de termómetro que marque a nossa atitude de decisão.

2. A família como caminho de santidade

Muitas vezes se tem identificado a nossa vida como um caminho… E a vida cristã ainda mais porque “ser cristão” é “seguir Cristo”, é fazer um caminho com Ele… O convite permanente que nos é dirigido é: “segue-me”.

Ontem, no encerramento do congresso teológico-pastoral do X Encontro Mundial das Famílias, sobre o tema “O amor familiar: vocação e caminho de santidade”, o Papa apresentou a vocação matrimonial como uma “viagem”.

“Ao acolher a vocação para o matrimónio e a família, deixastes o vosso ‘ninho’ e começastes uma viagem, da qual não podíeis conhecer de antemão todas as etapas, e que vos mantém em constante movimento, com situações sempre novas, factos inesperados, surpresas, algumas surpresas dolorosas. Assim é o caminho com o Senhor: dinâmico, imprevisível, mas sempre uma maravilhosa descoberta”.

Nas três dimensões do seguimento que vimos no Evangelho ao iniciar-se a viagem de Jesus para Jerusalém, aplicando-as à família, podemos ver as exigências que hoje se colocam à pastoral familiar e, em última análise, a cada família em particular.

a) Seguir Jesus como família é amar sem limites

A experiência de um casal que se ama, e ao qual este amor leva a partilhar a vida e fazer dela um compromisso de amor incondicional, é um sinal estimulante do que é o projeto de Deus para a humanidade. Esse amor, feito doação e entrega, será para o mundo um reflexo do amor de Deus. Por isso, hoje agradecemos a fidelidade de tantos casais que vão construindo a sua vida tendo por base o amor. Obrigado pelo vosso testemunho!

b) O amor exige a resposta de todos os membros da família

Os cônjuges cristãos são chamados à plenitude da vida cristã, que alcançam na sua identificação com Cristo. Porque se trata de comunhão de vida e de amor, é preciso que se vá construindo dia a dia.

c) Uma decisão para a vida

«É com humilde compreensão que a Igreja quer chegar às famílias, com o desejo de acompanhar todas e cada uma delas a fim de que descubram a saída melhor para superar as dificuldades que encontram no seu caminho» (AL 200). É fundamental proporcionar respostas adequadas e percursos diferenciados, tendo em conta as circunstâncias concretas das pessoas e da família no seu todo. O documento da nossa diocese “Acompanhar, discernir, integrar” deve ser conhecido por todos os agentes de pastoral e não termos medo de o pormos em prática. Só assim podemos ajudar os casais a viver o amor.

3. A síntese sinodal diocesana e a família

Na proposta de renovação – “Por uma Igreja que saiba servir” afirma-se que a Igreja (diocese, paróquias, movimentos) saiba “acolher, escutar, integrar e acompanhar a todos os que se identificam com Jesus, sem fazer aceção de pessoas, de grupos ou movimentos e procurar ir ao encontro das suas reais necessidades. Se a Igreja não está ao serviço de todos, para que serve então? Por isso ressalta da consulta sinodal o desejo e a necessidade de uma Igreja despojada, acolhedora, próxima, atenta, inclusiva, não autorreferencial, mais ao jeito de Jesus Cristo, uma Igreja com rosto e coração samaritano (nº 33).

        Peçamos à Sagrada Família proteção para todas as famílias e hoje para todos vós que celebrais o vosso jubileu ao longo deste ano.

Oração
Nós vos louvamos e bendizemos, ó Pai,
de quem provém toda a paternidade,
nos céus como na terra.
Fazei que, pelo vosso Filho, Jesus Cristo,
nascido de uma Mulher por obra do Espírito Santo,
cada família humana se torne um verdadeiro santuário
da vida e do amor
para as gerações que incessantemente se renovam.
Fazei que o vosso Espírito
oriente sempre os pensamentos e as ações
dos esposos para o maior bem das suas famílias
e de todas as famílias do mundo.
Fazei que os filhos,
encontrem na comunidade doméstica,
um apoio sólido para o seu crescimento humano e cristão.
Fazei que no amor,
consagrado pelo laço do Matrimónio,
seja sempre mais forte
do que todas as fraquezas e todas as crises.
Concedei à vossa Igreja
realizar a sua missão pela família
e com a família
em todas as nações da terra.
Por Cristo Nosso Senhor,
Amen.

Santuário Nª Sª Vagos, 26 de junho de 2022.

+ António Manuel Moiteiro Ramos, Bispo de Aveiro

https://photos.app.goo.gl/Sxomz6krjZT9BNxK9

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