Celebração dos 100 anos de missão educativa do Colégio de Nossa Senhora da Assunção

A sombra protetora do sobreiro abriga e acolhe a semente lançada à terra por Ana Maria Javouhey, em Chalon, e, num outono longínquo de 1922, aconteceu primavera. Passados cem anos, em Famalicão, Anadia, a semente continua a germinar e a dar os seus frutos.
O Colégio de Nossa Senhora da Assunção (CNSA) e o Centro Social S. José de Cluny celebraram, no dia 22 de outubro, cem anos ao serviço da educação, em que esteve presente a Reverenda Superiora Geral da Congregação de S. José de Cluny, Irmã Clare Stanley, que foi convidada a descerrar a placa comemorativa da efeméride.
A Eucaristia, presidida pelo Sr. Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, constituiu um momento alto de Ação de Graças, na capela do Colégio, a marcar esta comemoração, segundo o qual «as Irmãs são uma presença muito positiva na nossa Diocese. Tudo o que foi feito a nível humano, cristão e social (…) permitiu que centenas de pessoas que por aqui passaram tenham crescido nos valores humanos, transmitindo-os para a sua vida».
Já no Ginásio, deu-se continuidade à celebração, também com a presença da Reverenda Provincial, Irmã Maria de Fátima Machado, a presidente da Câmara Municipal de Anadia, Eng.ª Teresa Belém Cardoso, a presidente da Associação de Pais, Dra. Helena Almeida, representantes de todas as casas da Congregação de S. José de Cluny em Portugal, antigos e novos alunos, pais e funcionários docentes e não docentes.
Recebidos ao som de tambores, estratégia usada por Ana Maria Javouhey, fundadora da Congregação de S. José de Cluny, para chamar as crianças para a catequese, os convidados foram presenteados pelas melodiosas vozes dos mais novos, que engalanaram o momento com um medley dos hinos do CNSA.
A projeção do filme «100 anos_100 fotos” não só presentificou emotivas memórias de trabalho alegre com e para os alunos, de novas construções, como o Ginásio e o edifício Ana Maria Javouhey, como também memórias de muitas pessoas que marcaram e marcam a vida do Colégio, fruto de uma história de amor e dedicação.
No seu discurso, a Irmã Clare Stanley, depois de homenagear a fundadora da Congregação na sua nobre ação nos cinco continentes, dirigiu-se aos alunos, referindo que, mais tarde, «podem não se lembrar das fórmulas químicas ou da conjugação dos verbos, mas ficam para sempre a amizade, o apoio, os valores que vos transmitiram nesta escola».
A Reverenda Provincial, Irmã Maria de Fátima Machado, homenageou, com palavras de grande regozijo, a Madre fundadora da Congregação e felicitou os presentes: «Estamos todos de parabéns por
tão grande obra, construída com a colaboração de todos: Irmãs, Colaboradores, Pais, Amigos benfeitores. Não me estou a referir apenas ao edifício, mas sim à “construção” da vida de cada Criança, Adolescente, Jovem, como um ser único e muito amado por Deus e por todos. É o que a nossa sociedade precisa na atualidade: de crianças que se experimentam amadas por Deus e pelos outros de forma libertadora, com um enorme potencial para amar os outros, a vida, numa cultura do diálogo, colaborando de forma criativa na reconstrução duma sociedade pacífica, pautada pelos valores do Evangelho, onde se ama, protege e cuida».
Seguiram-se as palavras do Engº Diogo Barata Tovar, referindo-se às beneméritas Luíza de Mello Osório e Maria Joana de Mello Osório, que doaram a Quinta do Sobreiro para a fundação da escola de formação de raparigas com dificuldades económicas, onde aprendiam a ler, a escrever, costura e catequese.
Com a partilha do testemunho de alunos, pais, professores e colaboradores, confirmou-se o enorme significado que o Colégio teve na vida de cada um. A Presidente da Câmara Municipal de Anadia, ex-aluna, fez referência aos tempos vividos no Colégio e ao facto de, ainda que o seu foco seja o ensino público, a Câmara se pautar também pelo acolhimento ao ensino privado, quer nas iniciativas do Colégio quer nas suas solicitações, como a melhoria das acessibilidades ou de requalificação da zona envolvente, e, refere Teresa de Belém, «continuamos disponíveis para o fazer». Dirigindo-se aos pais, afirma que «podem continuar a acreditar no investimento que estão a fazer, noutro tipo de formação e nos valores que acrescenta».
A diretora pedagógica, professora Margarida Soares, agradeceu a presença e as palavras da Senhora Presidente da Câmara, referindo-se à autarca como «alguém que procura verdadeiramente construir pontes entre os agentes educativos e que, em ações concretas, manifesta a sua atenção às nossas necessidades mais prementes».
Agradeceu à Associação de Pais, que «nos momentos mais difíceis, mais exigentes pelos quais o Colégio passou nos últimos anos, esteve sempre presente, apoiando-nos e incentivando-nos. À atual direção, aqui representada pela Dra. Helena Almeida e a todas as que a antecederam. Todos os seus elementos contribuíram e contribuem para que o Colégio de Nossa Senhora da Assunção possa evoluir e continuar a lutar para atingir o grau de perfeição possível ao serviço da educação e formação». Agradeceu às Irmãs, aos educadores, docentes e não docentes, pais e encarregados de educação, e «a todos os alunos, que nos desafiam, que nos enternecem, que nos preocupam, de quem tanto nos orgulhamos e que são a verdadeira razão da existência desta notável instituição de ensino, obrigada! O Colégio procura, dia após dia, corresponder às vossas necessidades, aos vossos anseios e está, estará sempre, ao vosso lado na concretização dos vossos objetivos. Será sempre uma casa aonde poderão voltar, mesmo quando voarem para outros destinos», referiu a Diretora Pedagógica.
Depois da passagem pelo museu A nossa história…a nossa herança…o nosso presente, onde, mais uma vez, se respirou a gratidão pelo passado, a firmeza no presente e a confiança no futuro, em clima de festa e de confraternização, com bolo de aniversário e foto de grupo, brindou-se a um legado cuja matriz assenta numa missão educativa de fé, de esperança e de amor.
Hermínia Pereira
Docente do CNSA

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