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FAMÍLIAS EM MUDANÇA: ECOS DA FORMAÇÃO, pelo Pe. João Alves

FAMÍLIAS EM MUDANÇA: ECOS DA FORMAÇÃO
Pe João Alves

 

Os padres e diácono da Diocese de Aveiro tiveram esta semana as suas Jornadas de Formação. No contexto do ano pastoral que nos conduz, não poderia ser outro tema a aprofundar senão a realidade familiar, nas suas problemática, dificuldades e caminhos que vamos suscitando em Igreja. Suscitaram-me algumas ideias que partilho comunitariamente, como interpelação também para o nosso pensar pastoral.


Ser família numa nova mentalidade epocal. Dizemos por um lado que a família é a célula fundamental de uma sociedade, mas a sociologia e a estatística vão mostrando como esta tem dificuldade em garantir estabilidade e confiança na sua constituição. As fragilidades acontecidas pelo número que foi crescendo de divórcios, a menor procura do casamento civil ou do sacramento do matrimónio, o crescendo das uniões de facto declaradas e não declaradas e a consciência de novas uniões coloca-nos diante de desafios que há poucas décadas não as tínhamos tão presentes. Torna-se cada vez mais necessária uma atitude da Igreja de escuta e acolhimento que permita compreender as motivações, fragilidades e sonhos criados e desfeitos no coração de cada pessoa.


Acompanhar é um dos verbos que mais se tem destacado. Diante de um valor tão importante que é a família, acompanhar só pode ser a atitude de um pastor ou de todo o cristão. Necessitamos de dar tempo, acompanhar processos e opções de vida, situações concretas de esforços familiares, dramas e angústias, casais novos e também aqueles que vivem longamente o seu caminho matrimonial. Sem ajuizar e ‘emparedar’ as opções familiares e situações concretas, sem legitimar qualquer caminho moralmente individualista ou relativizado, mas acompanhar como quem é capaz de estar ao lado, propor passos e ajudar a gerar novas oportunidades e etapas. Caridade e misericórdia são hoje o léxico do acompanhamento familiar.


Senti que se torna necessário hoje uma maior atenção ao cuidado do percurso de namoro, ao acolhimento e acompanhamento de processos para o matrimónio e suas propostas formativas, mas não menos importante o testemunho feliz e consciente de quem vive a alegria do amor e um projeto de família. Fragilidades todos temos na nossa vocação, mas hoje exige-se uma certa ousadia no testemunho das nossas opções… e são essas que são sementes que podem ajudar a germinar.


 

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