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XI Domingo do Tempo Comum – Ano B

Breve comentário

O texto de hoje, que contém duas parábolas, é a parte final da pequena secção de parábolas do evangelho de Marcos que começa com a parábola do semeador que saiu a semear (4,3-9) e, a seguir, com a sua explicação (4,13-20): a semente é a Palavra que é para ser escutada e dar fruto. Os discípulos, que ouvem a Palavra em particular, devem viver esta Palavra e anunciá-la: é o sentido da parábola da lâmpada que se segue (4,21-25).

Toda a atenção da primeira parábola está centrada no crescimento. O papel do homem é reduzido a lançar, a atirar a semente, isto é, a mensagem do Evangelho, para todo o lado. A partir daí, nada depende daquele que semeia: a terra produz por si… Porém, o processo é lento e progressivo e não pode ser apressado. O Reino de Deus é uma iniciativa divina e, mesmo aceitando a colaboração humana, está sempre acima de qualquer tentativa humana de conduzir o curso da operação. O tempo da ceifa é uma referência ao juízo no fim de tudo (cf. Joel 4,13).

A segunda parábola parte da constatação do tamanho minúsculo da semente da mostarda. A mostarda é uma planta da família da couve, de grandes folhas, flores amarelas e pequenas sementes, que tem duas espécies principais: branca e preta. A branca chega a atingir 1,2 m de altura e a preta pode chegar até 3m e 4 m de altura. A mostarda negra é comum nas margens do lago de Tiberíades e o seu tronco torna-se lenhoso. Esta variedade só cresce ao longo do lago e nas margens do Jordão. Os pássaros, que parece gostarem das suas sementes chegam em bandos para pousar nos seus galhos e comer os grãos.

A referência à mostarda é usada por Jesus para evidenciar a capacidade de crescimento do Reino de Deus, apesar da humildade e simplicidade com que se apresenta. O seu início é modesto e quase impercetível, mas a sua dinâmica interna, que depende de Deus, impele com grande força, muito além do que poderiam fazer as lutas e tarefas humanas. Porém, isto não quer dizer que nada se deva fazer, como se tudo aparecesse feito. O acentuar dum aspeto não implica eliminar todo o resto.

A maior parte da pregação de Jesus às multidões era sob a forma de parábolas, numa linguagem simples que podia se entendida por todos. No entanto, Jesus tinha o cuidado de as explicar aos discípulos, em particular. Não porque os discípulos não percebessem a mensagem, mas porque esta, por vezes, era difícil de aceitar. De facto, como se pode aceitar que alguém pequeno (semente) se torne grande aos olhos de Deus?

P. Franclim Pacheco

Diocese de Aveiro


 

 

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