Pages Navigation Menu

PEREGRINAR para a MUDANÇA – Caminhada quaresmal

“Uma Pedra para o caminho…
O caminhante tropeçou nela.
O violento utilizou-a-como projétil;
O empreendedor construiu com ela.
O camponês cansado utilizou-a como assento.
A criança brincou com ela para fazer círculos no lago.
David com ela matou o gigante Golias.
Miguel Ângelo tirou dela a mais bela escultura.
E Deus … Deus plantou nela uma cruz redentora.
E eu … que farei das pedras que a vida me dá?”

01. Introdução

O tempo da Quaresma inicia-se como o desafio de uma vez mais caminhar juntos!

Nesta proposta, considera-se a realização de pequenos passos, com o propósito de um enriquecimento pessoal. Quem caminha, fá-lo na esperança de alcançar a meta, para nós Cristãos, a meta é Cristo.

Relembrando a caminhada do Advento, este ano a nossa Diocese vive um Ano Jubilar pois comemora os 600 anos do início da construção da Igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Misericórdia, atualmente a nossa Catedral.

Motivados por este acontecimento Diocesano e querendo marcar a vivência Quaresmal de uma forma simples, mas simbólica, o Departamento da Catequese da nossa Diocese optou por uma proposta que nos ajuda a aproveitar este tempo para a mudança, ou seja, de “metanoia” (conversão da mentalidade). 

Tendo em conta o que se proclamará no Domingo de Páscoa: “Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho”, espera-se que, também, cada um de nós faça este caminho com Jesus. Ao longo do caminho é possível encontrar várias pedras, umas físicas, outras espirituais, umas boas, outras nem tanto, mas a verdade é que todas fazem parte do caminho e todas nos moldam e preparam para fortalecidos, motivados e atentos, procuremos Jesus.

02. Descrição da Proposta

Pretende-se que na Igreja haja um local onde está presente a imagem da Catedral (utilizada na Caminhada do Advento) e um caminho (podem ser utilizados materiais diversos, como musgo, areia, milho ou outros). Ao longo das várias semanas deverão ser acrescentadas 8 pedras ao caminho, sendo a primeira na Quarta-feira de Cinzas e a última no Domingo de Páscoa (junto à Catedral).

Cada uma das 8 pedras terá um valor associado que será apresentado na Eucaristia (os textos propostos para a reflexão podem ser utilizados na Eucaristia aquando da apresentação da pedra). Na pedra deverá ser inscrito o valor respetivo.

Paralelamente, em catequese cada grupo prepara uma pedra representativa da reflexão que fizeram sobre o valor e o “tipo de pedra” respetivo.

Num espaço que deverá estar próximo do local preparado, devemos ter um recipiente (se possível, transparente) onde em cada semana, durante a Eucaristia, cada grupo de catequese colocará apedra com a reflexão (por exemplo, amarrada ou escrita na pedra).

– Para os grupos da Despertar da Fé e Iniciação à Vida Cristã, será disponibilizado um documento com um labirinto, onde em cada semana a criança pinta um trilho que liga o dia do calendário com a respetiva Pedra e valor.

No grupo de catequese, devidamente adaptado, deve-se fazer a reflexão sobre a Pedra atribuída e o valor respetivo, a partir da proposta de orientação que nos é apresentada em seguida. Posteriormente, deverá personalizar uma pedra que será partilhada na Eucaristia.

– Para os grupos de Catequese de Aprofundamento e Discipulado Missionário, deverá em cada semana realizar uma reflexão sobre a Pedra atribuída e o valor respetivo, a partir da proposta de orientação que nos é apresentada em seguida. Posteriormente, deverá personalizar uma pedra que será partilhada na Eucaristia.

Cada grupo pode, também, fazer este caminho na sua sala de catequese.

03. Textos Propostos para Reflexão

4ªfeira de Cinzas – Pedra de Tropeço — Resiliência

Ao iniciarmos a Quaresma sentimos dentro de nós uma força enorme, fazemos muitos propósitos, estabelecemos muitas metas, e dizemos: “este ano é que vou viver verdadeiramente esta Quaresma!”.

No entanto, devemos ter sempre presente que, ao longo do caminho, podemos tropeçar, cair e desanimar.

Cair, também, faz parte do caminho, mais importante do que a queda é a capacidade, a força e a coragem de nos levantarmos ou permitir que o outro nos ajude a erguer. Recordemos o que disse o Papa Francisco, em Lisboa na JMJ: “Caminhar. Se cair, levantar-me ou deixar que me ajudem a levantar, não ficar caído e treinar-me, treinar-me no caminho. E tudo isto é possível, não é por fazermos cursos sobre o caminho, não há nenhum curso que nos ensine a andar na vida. Isto aprende-se, aprendemos com os nossos pais, com os nossos avós, com os nossos amigos, a dar a mão uns aos outros. Na vida aprendemos. E isso é o treino ao longo do caminho. Deixo-vos com esta ideia, caminhem, e se caírem, levantem-se”.

É Jesus que nos dá força para nos erguermos, não desistir do caminho e com resiliência contornar as pedras que se atravessam no nosso caminho.

Iº Domingo da Quaresma- Pedra Rara – Conversão

A Quaresma é um tempo de preparação, como nos foi dito na 4ªfeira de cinzas, de nos “treinarmos no caminho”. No início da caminha Jesus alerta-nos para as tentações. A tentação não nos afasta de Deus. Podemos vê-las como uma Pedra Rara no nosso caminho; o desafio é saber aproveitá-la para nos convertermos e nos aproximarmos de Deus e dos outros.

Saibamos limpar do nosso caminho as pequenas coisas, que até podem parecer insignificantes, mas que nos tiram a paciência e nos impedem de progredir.

Não tenhamos medo de ser Pedras Raras, dizendo de outra forma, de ser “originais” – como dizia Carlos Acutis: “Todos nascemos originais, mas a maior parte morre fotocopia”. Não nos deixemos levar pelo cómodo e desperdiçar esta oportunidade para seguir o caminho que Jesus propõe.

IIº Domingo da Quaresma- Pedra de Toque – Empatia

Se no primeiro Domingo da Quaresma, Jesus nos apresentava as Tentações, que nós tentamos ver como Pedras Raras, nesta semana Deus faz-nos um convite: escutar o seu Filho muito amado. Quando nos dispomos a escutar Jesus, quando a sua Palavra entra no nosso coração, as pedras comuns tornam-se Pedras de Toque com uma capacidade e significado especiais.

Tantas vezes somos tocados por pequenos gestos, como sorrisos, abraços, pequenas amabilidades, que parecendo insignificantes, estão carregados de força e esperança.

Jesus tornou-se semelhante a nós, adquiriu a nossa forma humana para, de um modo pleno, nós transmitir o amor, a ternura e o carinho de Deus por nós. Ao longo dos Evangelhos, somos confrontados com vários gestos de Jesus sempre carregados de sentido e de compromisso.

Somos, agora, convidados a olhar para as nossas mãos e transformar os nossos gestos, por vezes, frios e descomprometidos, em autênticas Pedras de Toque. Que as nossas ações estejam sempre a transbordar do amor que recebemos e aprendemos de Jesus.

IIIº Domingo da Quaresma – Pedra de Construção – Respeito

Na nossa caminhada para a Páscoa surge um episódio marcante, o encontro de Jesus com os comerciantes do Templo. Jesus ao ver que o Templo está convertido num “supermercado”, exige respeito pela Casa de Deus, que não é uma casa de comércio, mas sim de oração.

Costumamos dizer que todos fazemos parte da mesma construção. Somos pedras do mesmo edifício, onde todos somos precisos. Sem uma colaboração mútua haverá falhas no edifício que edificamos. Em todas as comunidades há “pedras vivas”, umas para consolar, outras para chorar, outras para sustentar, outras para enfeitar. Mas para que esta construção seja bem ajustada, cada um de nós tem de ter presente o seu lugar; onde apesar de diferentes, todos somos Pedras essenciais. Saibamos aproveitar todas as Pedras e, com respeito mútuo, contribuir na construção da nossa casa comum.

IVº Domingo da Quaresma – Pedra de Arremesso – Tolerância

E o caminho continua rumo à Páscoa. Somos agora provocados a olhar para Deus de uma forma diferente. Tantas vezes ouvimos dizer ” Deus castiga”, ou então, “Deus tarda mas não falha”. Quantas vezes vivemos com duas pedras na mão, prontos para acusar inocentes. As nossas acusações são pedradas que atingem os outros. Quantas vezes exigimos e pedimos perdão para nós, mas somos tão exigentes e intolerantes com os outros.

Aprendamos com Jesus, que não veio para condenar, mas para salvar, deixemos cair as pedras que carregamos e usemos as mãos livres para consolar e ajudar o outro, se julgar as suas ações e opções.

Vº Domingo da Quaresma – Pedra Esculpida – Coragem

Quase, quase a entrar na Semana Santa, quase a terminar o Tempo Quaresmal, surge no nosso caminho a Pedra Esculpida. Esta pedra desafia-nos a não ficarmos pelas dificuldades, mas a ter coragem para continuar a missão.

Tal como o escultor que da pedra dura e amorfa, com um trabalho árduo e de precisão, consegue retirar a retirar uma obra prima. A exemplo de Miguel Ângelo que do bloco de mármore, tira a imagem de Maria que segura nos braços o seu Filho morto. Assim, Deus ao longo dos tempos, com paciência, dedicação e amor foi mostrando ao homem Deus como Pai e Relação.

Com a Encarnação de Jesus, este Amor torna-se ainda mais presente, torna-se uma marca indelével na vida de cada um.

E nós, temos a coragem de viver este Amor, de o aceitar e alegremente o viver e deixar transbordar nas nossas ações? Este é o desafio deixemos que Jesus lentamente nos transforme/trabalhe e as nossas ações sejam a manifestação destas alterações que tornam a vida mais feliz e completa.

Domingo de Ramos – Pedra para reclinar a cabeça – Confiança

Entramos na Semana Maior, uma semana em que somos convidados a encontrar a Pedra para reclinar a cabeça, deixamos uma pista para descobrir o significado desta pedra no Evangelho de S. João 13, 25: “Um dos discípulos, aquele que Jesus amava, estava à mesa reclinado no seu peito”.

Este discípulo teve a coragem de apoiar a cabeça no peito de Jesus, encontrou descanso junto ao Seu coração. Para ele a rocha firme é o amor, a ternura de Jesus. Esta é uma semana onde somos desafiados à confiança, ao silêncio e a oração. É a semana para também nós reclinarmos a nossa cabeça no peito de Jesus, escutarmos silenciosamente o bater do seu coração.

Vivamos esta semana, mas mais particularmente o Tríduo Pascal, com a nossa cabeça apoiada, reclinada sobre a Pedra do Amor de Jesus.

Domingo de Páscoa – Pedra Angular – Amor

Se no início da Quaresma dizíamos que nesta caminhada para a Páscoa, iríamos encontrar muitas dificuldades, muitos obstáculos, no entanto deveríamos fazer o caminho comprometidos, porque Cristo iria connosco; hoje temos a certeza que Cristo não nos abandona e que continua a acompanhar-nos, como nos refere o Evangelho: “Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho”.

Cristo é a verdadeira Pedra com a qual podemos edificar, com segurança, a nossa vida. Sem esta pedra é inútil levantar qualquer construção. Saibamos então construir a nossa casa, não sobre a facilidade da areia, mas com coragem, sobre a rocha firme.

Quer numa quer noutra circunstância havemos sempre de contar com chuvas, ventos e tempestades… mas se edificarmos sobre a pedra angular nada havemos de temer.

Apoiados na Pedra Angular que é Cristo, sustentados com o Seu amor, juntemos todas as pedras deste caminho e sejamos verdadeiras pedras vivas.

APRESENTAÇÃO DA CAMINHADA



Caminhada para infância: labirinto

  • Facebook
  • Google+
  • Twitter
  • YouTube