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Nota Pastoral – A vida pastoral em tempos de pandemia

Nota Pastoral

A vida pastoral em tempos de pandemia

O Conselho Permanente da Conferência Episcopal reuniu, no dia 21 de abril, para «preparar orientações gerais, em diálogo com as autoridades governamentais e de saúde, para quando terminar esta terceira fase do estado de emergência, com a retomada possível e gradual das celebrações comunitárias da Eucaristia e outras manifestações cultuais».

Importa realçar que, tal como o Conselho Permanente, também a nossa diocese de Aveiro está solidária com tantos profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares da ação médica…) que dão o melhor de si mesmos nesta situação tão difícil; com tantos responsáveis de lares e outras instituições, onde a Covid-19 entrou e aumentou o sofrimento daqueles que já estavam muito frágeis; com a dor de tantos familiares que não conseguem estar presentes no momento da partida dos seus entes queridos ou no momento da sua sepultura; com o desânimo de tantos que, confinados em suas casas, veem passar os dias sem a luz da esperança; com o esforço das autoridades locais e nacionais que trabalham por minorar o mais possível os efeitos do vírus; com os trabalhadores e empresários que lutam por preservar os postos de trabalho, mas têm diante de si dificuldades tremendas a resolver… Para todos uma palavra de apreço e a certeza da nossa oração, como membros de uma comunidade crente em sintonia com a sociedade em que está inserida.

Temos consciência de que a retoma das celebrações comunitárias será lenta e gradual, e, tendo vários sacerdotes contactado os serviços centrais da Diocese para conhecimento de algumas orientações para os próximos tempos, julgamos que estamos num tempo de muita incerteza e devemos estar sempre em comunhão com as determinações que as autoridades sanitárias possam indicar. Apesar de toda esta incerteza, aqui ficam as orientações possíveis.

 

  1. A catequese paroquial, neste terceiro período, deve continuar a ser um momento privilegiado de encontro com Jesus e, através dos meios digitais, com os outros colegas do grupo de catequese. Para isso, o Secretariado Nacional da Educação Cristã, através do site EDUCRIS, publica, ao longo dos dias da semana, de segunda a sábado, uma catequese para cada ano, incluindo o Projeto SAY YES. A catequese em família é um momento para os pais e os filhos fazerem a experiência do que é a «Igreja doméstica» e também uma oportunidade para lembrar e aprofundar alguns conteúdos da fé.
  2. a) As celebrações da catequese (devemos distinguir as sacramentais e não sacramentais) devem ser adiadas, sem data marcada, para momentos mais propícios. As Primeiras Comunhões devem ser celebradas em pequenos grupos, tal como aliás aconselham as “Orientações para a Celebração dos Sacramentos da Iniciação Cristã”, de 1 de dezembro de 2019: – «Evite-se, por todos os meios possíveis, celebrar Primeiras Comunhões em massa. Uma multidão de crianças dificilmente permite uma celebração calma. Também o elevado número de crianças, dificulta o trabalho pastoral com os pais. A Primeira Comunhão das crianças deve fazer-se quando elas estão preparadas e não esperar por uma data fixada no princípio do ano catequético» (V.1. pg 40)
  3. b) No que diz respeito à celebração da Confirmação, os «párocos devem programar as celebrações com a devida antecedência, para que se façam dentro de um calendário normal e o bispo preveja a tempo a sua participação ou substituição, quando for o caso (Orientações… V.1. pg 30). Na impossibilidade de o Bispo Diocesano e o Vigário Geral poderem estar presentes em todas as celebrações devido ao menor número de confirmandos, concede-se aos arciprestes, em diálogo com o Bispo Diocesano e para cada celebração, licença para presidir às confirmações no seu arciprestado.

 

  1. A celebração dos sacramentos do Batismo e do Matrimónio podem realizar-se desde que se cumpram as normas de presenças, vigentes no momento, para as celebrações comunitárias. Por isso, os pais e os noivos devem ser advertidos das possíveis contingências que poderão surgir no momento da celebração.

 

  1. A celebração das exéquias cristãs, momento muito importante na vida das famílias, deve levar os ministros ordenados a uma atenção especial à família em luto e sermos uma presença, junto dela, do rosto misericordioso de Deus. Tudo o que for feito para ajudar a família a viver o luto na perspetiva da ressurreição de Jesus é uma obra de misericórdia, tal como refere a parábola do Juízo final: – «O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes» (Mt 25,40).

 

  1. As festas religiosas nos moldes em que se costumam celebrar, parte religiosa e parte festiva, devem ser adiadas ou limitadas, apenas, a uma celebração de acordo com as circunstâncias. Os mordomos/Comissões de Festas devem privar-se de programar atos que impliquem a participação de muitas pessoas e depois não se poderem realizar.

O mesmo devemos dizer de procissões e peregrinações, enquanto não tivermos dados mais concretos do que significa o «regresso à normalidade».

 

  1. Esta Nota Pastoral é publicada na semana de oração pelas Vocações, que este ano se celebra entre os dias 26 de abril e 3 de maio, domingo do Bom Pastor e dia da mãe. O Papa Francisco, na mensagem para este dia, afirma: – «Na ação pastoral ordinária das nossas comunidades, desejo que a Igreja percorra este caminho ao serviço das vocações, abrindo brechas no coração de todos os fiéis, para que cada um possa descobrir com gratidão a chamada que Deus lhe dirige, encontrar a coragem de dizer “sim”, vencer a fadiga com a fé em Cristo e finalmente, como um cântico de louvor, oferecer a própria vida por Deus, pelos irmãos e pelo mundo inteiro».

Apelo a toda a Diocese para que todos nos empenhemos nesta causa tão importante para a vida das comunidades cristãs. Que Maria nos acompanhe e interceda por nós, da mesma forma que esteve presente na manhã do Pentecostes.

 

Aveiro, 26 de abril de 2020.


 

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