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LECTIO DIVINA – ANO DOS CONSAGRADOS # 6|maio 2015

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Lectio Divina –  Ano dos consagrados

a disponibilizar mensalmente, de dezembro de 2014 a janeiro de 2016.

#6 | maio 2015

Mt 19,11-12  –   CASTIDADE

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LECTIO

Este texto está no meio duma etapa de formação dos discípulos. Jesus tinha terminado um dos seus discursos, o discurso eclesial, saiu da Galileia e desloca-se junto ao rio Jordão até à Judeia, onde curou muitas pessoas. Aproximaram-se alguns fariseus que o interrogaram acerca do divórcio: «É permitido a um homem divorciar-se da sua mulher por qualquer motivo?». Na sociedade judaica só o homem podia repudiar a mulher. Havia duas correntes que vinham dos célebres rabis Shammay (que não admitia o repúdio) e Hillel (que admitia o divórcio pelos motivos mais fúteis). Daí a pergunta envolver a expressão «por qualquer motivo.

            Jesus não se deixa enredar nas discussões das escolas rabínicas do seu tempo; mas regressa ao projecto original de Deus do matrimónio monogâmico, citando Gn 1,27; 2,24. «Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher, e disse: Por isso, o homem deixará o pai e a mãe e se unirá à sua mulher, e serão os dois um só? Portanto, já não são dois, mas um só. Pois bem, o que Deus uniu não o separe o homem». A única excepção, que lemos só no evangelho de Mateus, é quando se trata dum matrimónio proibido com uma familiar.

            Após restabelecer o matrimónio na sua dignidade inicial, Jesus acrescenta uma novidade de carácter escatológico: aqueles que estão possuídos pelo absoluto do Reino são capazes de prescindir do próprio matrimónio. Com isto, Jesus não desvaloriza o casamento; apenas propõe uma vocação especial, como dom de Deus (cf.1Co 7,17). De facto, há:

            – Homens incapacitados de se reproduzirem («nasceram assim no seio materno»)

            – Homens mutilados por outros («pela acção dos homens»)

            – Homens que voluntariamente se abstêm de casar-se e se mantêm célibes («aqueles que se fizeram eunucos a si mesmos»). O importante é a motivação: «por amor do Reino dos céus». Trata-se de pessoas que decidem renunciar a um legítimo e natural casamento, de abster-se relações sexuais para se dedicarem ao serviço de Deus, situação que o próprio Jesus realça como merecedora de elogio e que não é para toda a gente: «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado».

            A opção pela virgindade como algo louvável é indicada também por Paulo (1Co 7,25-26): «A respeito de quem é solteiro, não tenho nenhum preceito do Senhor, mas dou um conselho, como homem que, pela misericórdia do Senhor, é digno de confiança.Julgo, pois, que essa condição é boa, por causa das angústias presentes; sim, é bom para o homem continuar assim».

            A castidade «por amor do reino dos céus» (Mt 19,12), que os religiosos professam, deve ser tida como exímio dom da graça. Liberta de modo singular o coração do homem (cf. 1Co 7, 32-35), para que mais se acenda na caridade para com Deus e para com todos os homens. É, por isso, sinal dos bens celestes e meio aptíssimo pelo qual os religiosos alegremente se dedicam ao serviço de Deus e às obras de apostolado. Assim, dão testemunho diante de todos os cristãos daquele admirável consórcio estabelecido por Deus e que se há-de manifestar plenamente na vida futura, pelo qual a Igreja tem a Cristo por seu único esposo (Dec. Perfectae Caritatis, n.12).

 

Meditatio (meditação): Ruminar, dialogar, atualizar

Que diz o texto para mim (para nós)?

Oratio (oração): Suplicar, louvar, orar

Que me (nos) faz o texto dizer a Deus?

Contemplatio (contemplação): Discernir, agir, saborear

Agora, diante de Deus, faço silêncio

Actio (acção): converter a mente, o coração e a vida        

Que devo (devemos) fazer?

Que vou (vamos) fazer?

 

 

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